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BRASÍLIA e RIO - A Polícia Federal (PF) realiza nesta sexta-feira operação em 11 estados e no Distrito Federal contra uma organização criminosa investigada por esquema de corrupção em cobranças judiciais de royalties da exploração mineral. Como parte da Operação Timóteo, a PF tem um mandado de condução coercitiva de Silas Malafaia. O pastor ainda não foi ouvido, mas expectativa da PF é que Malafaia se apresente espontaneamente na superintendência da instituição em São Paulo. Embora envolvido, o pastor não é considerado um dos alvos principais da ação.
No topo da pirâmide do esquema estão o diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) Marco Antônio Valadares e sua esposa, que é sócia de uma das empresas de consultoria que estão entre os alvos da operação. O grupo fraudava os valores de royalties de mineração devidos por mineradoras a municípios. A Vale estaria entre as empresas prejudicadas.
As investigações da Operação Timóteo envolvem também Alberto Jatene, filho do governador do Pará, Simão Jatene (PSDB). Procurado, o governo do estado não se manifestou ainda sobre o ocorrido.
Além da Vale, outras empresas do setor mineral podem ter sido prejudicadas pelo esquema. Entre os alvos que estão sendo buscados neste momento estão, por exemplo, empresas e pessoas em Minas Gerais, que é o maior estado minerador do país, juntamente com o Pará.
Cerca de 300 policiais fazem 16 ações, em 52 endereços diferentes, em 11 estados (Bahia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins) e no Distrito Federal. Por determinação da Justiça Federal, além de buscas, os policiais também cumprem 29 conduções coercitivas, quatro mandados de prisão preventiva, 12 mandados de prisão temporária, sequestro de três imóveis e bloqueio judicial de valores depositados que podem chegar a R$ 70 milhões.
O caso envolve cobranças judiciais de 65% da chamada Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), que tem como destino os municípios. Apenas em 2015 os valores recolhidos com os royalties de mineração pela CFEM chegaram a quase R$ 1,6 bilhão, de acordo com a PF.
Na sua conta em uma rede social, o pastor Malafaia disse que nesta manhã que foi acordado por um telefonema com a informação de que a PF estava em sua casa. “Estou em São Paulo e vou me apresentar”, disse Malafaia na conta.
Em seguida, o pastor comentou as investigações: “Recebi uma oferta de cem mil reais, de um membro da igreja do meu amigo pastor Michael Abud, não sei e não conheço o que ele faz, tanto é que o cheque foi depositado em conta. Por causa disso sou um ladrão? Sou corrupto? Recebo ofertas de inúmeras pessoas e declaro no imposto de renda tudo o q (sic) recebo. Quer dizer q (sic) se alguém for bandido e me der uma oferta, sem eu saber a origem, sou bandido?”..RECEBI UM CHEQUE DE UM ADVOGADO,COMO RECEBO INÚMERAS OFERTAS E AS DECLARO NOIR.SOU RESPONSÁVEL PELA BANDIDAGEM DE OUTROS?ESTOU INDIGNADO.— Silas Malafaia (@PastorMalafaia) .
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